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Figos pretos secos de Alcanena

A história dos figos feios, como lhes chama o seu produtor.

Engenheiro de formação, de profissão e de paixão, o avô Fernando sempre foi também um engenhocas. Reparar e consertar tudo o que é possível, mas também estudar, inventar, idealizar e fazer com as próprias mãos são o seu modo de estar no mundo. Trazendo sabedorias antigas para o presente e dando-lhes novas asas como legados para o futuro. Serve tudo isto para contextualizar a história dos nossos Figos Pretos Secos de Alcanena, que já têm tantos fãs entre quem recebe Pede Salsa.


Um desidratador solar artesanal

O avô Fernando, com tantos figos a cair das figueiras, e guloso como também é, decidiu que tinha de aprender a secá-los, já que não conseguia comê-los todos frescos. E aprendeu com as pessoas da aldeia, que já tinham por sua vez aprendido com os seus pais, avós e vizinhos. A secagem é uma das técnicas para conservar fruta, e não só, quando esta existe em excesso e preservá-la para consumir mais tarde, nos meses em que não há. É uma técnica preciosa quando o que a terra dá é o que temos para comer, ao longo de todo o ano.

O avô Fernando aprendeu-a. Percebeu todos os princípios e processos. Mas também imaginou que haveria formas mais eficazes para aplicar os princípios. Investigou e descobriu que existem desidratadores solares. Podia ter encomendado um, sim. Em vez disso, decidiu construir esta "caixa mágica" que protege os figos do ataque de insectos, por um lado, e torna o processo de secagem mais rápido e controlado.

Como funciona

No fundo, "é uma estufa, que está sempre a apanhar sol directo. Tem um processo de extracção do ar quente e húmido, através de uma ventoinha alimentada por uma célula fotoeléctrica", explica. "O processo torna-se assim mais rápido e controlado. Primeiro, apanham-se os figos da figueira, no ponto de maturação certo, antes de ficarem demasiado maduros. Depois espalham-se na rede do desidratador solar e em dois dias, ficam no ponto de desidratação ideal", garante comendo mais um.

Resta dizer que os figos pretos usados são de uma variedade exclusiva daquela zona. "Já quase ninguém os apanha, mas são óptimos, muito doces e aromáticos. O ar quente que sai do desidratador tem um cheiro indescritível", conta Fernando Cartaxo - o avô da Sara, autora das fotos e ajudante na tarefa de virar os figos para o sol. Obrigada aos dois!




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